Quem já acompanha o blog sabe que no final de dezembro de 2015 e começo de 2016, eu e a minha família fizemos uma roadtrip pelo lado oeste do Canadá. No primeiro post eu disse o post sobre a nossa viagem seria dividido em algumas partes, porque eu tinha muita coisa para contar e muitas fotos para postar. Os links para quem quiser ler mais sobre o que fizemos, aonde fomos e todos os detalhes da viagem, se encontram aqui: parte 2, parte 3 e parte 4.
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Vancouver – Banff
Nosso segundo dia do ano começou bem cedo, saímos de Vancouver e seguimos pela Trans Canada HWY (BC-1) em direção a Banff. Essa rodovia é a junção de várias rodovias provinciais que unem as 10 províncias canadenses, no total ela possui mais de 8mil km de extensão. O percurso de Vancouver até Banff são de infinitos 847 km, cortando as montanhas rochosas, ou seja, paisagens de tirar o fôlego o tempo inteiro.
Alguns trechos dão até medo, são tantas curvas contornando as montanhas, túneis, áreas de avalanche, desfiladeiros e penhascos tão altos que tudo que se quer é chegar logo. Não dá para bobear na direção! Somando tudo isso ao cansaço de 8 dias viajando e dormindo em hotéis, acordando cedo e dormindo tarde… o Bruno foi realmente um herói!
O nosso trajeto deveria ter durado pouco mais de 9 horas, mas no percurso entre as cidades de Leanchoil e Field tinha um acidente tão feio na estrada que formou um engarrafamento imenso e um atraso de mais de meia hora. Naquele dia (02/01/2016) havia um alerta de frio extremo (sensações térmicas de -39C) e por um motivo técnico tivemos uma pane elétrica no nosso carro – os faróis resolveram brincar de pisca-pisca – às vezes apagavam, mas sempre rescendiam (como aqui no inverno escurece muito cedo, por volta de 16h, dirigimos por algum tempo à noite).
Imaginem o nosso desespero! Chegamos a pensar que teríamos que dormir em Field, para seguir viagem no outro dia, mas a cidade é tão pequena – e por causa do acidente -que não tinha nenhum hotel disponível. O que fazer numa situação dessas? Cinco pessoas dentro de um carro, à noite, no inverno, alerta de frio extremo, engarrafamento na estrada, pane elétrica, nenhuma vaga nos hotéis da cidade que conseguimos chegar.
Como estávamos sem opções, resolvemos contar com a sorte e com a sorte e com as nossas orações, e deu certo. A Maya (nosso carro tem nome, nome de mulher ainda por cima haha), superou sozinha a pane – obrigada, Maya – o engarrafamento melhorou e nós conseguimos chegar em Banff (12 horas depois de ter saído de Vancouver) são e salvos. Amém.
Gostaria de dizer mais uma vez, o quão perigoso é dirigir no inverno no Canadá. O risco de acidentes é altíssimo, é preciso muita atenção e muita experiência! Se possível nem viajem de carro no inverno, ok? Nós tínhamos alguns acessórios de emergência, como um cabo para transmissão de carga (chupeta), pás para tirar a neve, cobertores, roupas extras, comida, fluído especial de inverno para limpar o pára-brisa e outras coisas.
Tirando todo esse drama, a viagem rendeu fotos maravilhosas, isso porque no trajeto passamos por dois parques nacionais, o Glacier National Park e o Yoho National Park.
Chegando em Banff, tudo que queríamos fazer era descansar, e foi o que fizemos.
No outro dia, acordamos um pouco mais tarde e fomos conhecer o vilarejo de Lake Louise (que fica na rodovia entre Vancouver e Banff, à 62km de Banff). Existem duas rodovias que ligam Banff e Lake Louise, a Trans-Canada e a Bow River Parkway, que é mais longa, porém é muito conhecida por ser uma scenic route, essa estrada acompanha o Bow River e é maravilhosa, paramos em vários pontos para tirar fotos.

Um trecho do Bow River, reparem na fumaça que sai da água em contato com o ar gelado
O trecho têm milhares de pinheiros, animais selvagens, vista das montanhas e muita paz. O lugar é maravilhoso.

A quantidade de neve nos pinheiros em alguns lugares chega a ser surpreendente

Passamos muuuuuito frio haha
Em Lake Louise fomos direto conhecer o famoso lago que deu nome ao vilarejo, quando ele não está congelado, possui águas de cor verde esmeralda, devido às partículas de rochas conduzidas ao lago por águas derretidas das geleiras e montanhas que circundam o lago. Essas montanhas são cobertas de neve o ano inteiro e as principais são o monte Temple (com 3543 m de altitude), o monte Whyte (com 2983 m) e o monte Niblock (com 2976 m).

A água do lago congela no invero

O frio era tanto que meu cabelo congelou

Em cima do lago congelado fizeram essa escultura de gelo

Pista de patinação aberta ao público no Lago Louise

O Chateau fica super próximo ao lago
Em frente ao lago se encontra o Chateau Lake Louise, um elegante hotel quatro estrelas, que foi construído gradualmente no fim do século XIX.

Bar de gelo ao ar livre em frente o Chateau

A frente do hotel
Também passamos, só para conhecer, a estação de esqui de Lake Louise.
Infelizmente não pudemos visitar o Lake Morraine, que fica localizado próximo ao Lake Louise, porque o acesso à ele fica fechado no inverno.
Voltamos para a cidade de Banff, que fica dentro do Parque Nacional de mesmo nome, dessa vez pegamos a Trans Canada HWY. Como a rodovia corta um parque que é a casa e habitat natural de muitos animais, existem cercas de proteção por toda a parte, para proteger os animais é claro. Também existem algumas passarelas, chamadas de overpass wildlife crossing, acima da rodovia para os animais poderem transitar de um lado para o outro sem nenhum risco de atropelamento.

Em alguns pontos da rodovia existem locais para tirar fotos também!
No outono de 1883, três trabalhadores que ajudavam na construção da Canadian Pacific Railway, encontraram uma caverna que continha fontes naturais de águas quentes, as hot springs. E foi aí que nasceu o Banff National Park, o primeiro parque nacional do Canadá e o terceiro do mundo. Hoje ele se extende por 6,641 km quadrados de vales, montanhas, glaciais, florestas, campinas e rios. Nós visitamos esse local, aonde foram encontradas as hot springs pela primeira vez, chamado de Cave and Basin (311 Cave Ave. PO Box 900 Banff, AB T1L 1K2) é uma espécie de museu, aberto ao público.

Vista do terraço
Lá visitamos a caverna e vimos a água quente saindo das rochas, o motivo é a presença de ácido sulfúrico, então o cheiro é terrível! Não é permitido tocar na água porque diversas espécies microscópicas vivem ali, e a presença humana o pH da água, que põe em risco a vida de todo o ecossistema da caverna.
Cave and Basin já teve uma piscina de águas termais para turistas, mas está fechada desde 1992 (mas funcionou por quase 100 anos). Hoje existe um local com piscinas de águas termais em Banff, chamado de Banff Upper Hot Springs, (1 Mountain Ave, Banff, AB) esse nome se deve ao fato de o local estar 1,585m acima do nível do mar, e é claro que nós fomos lá conferir.
A água é totalmente natural e cheia de minerais, nela existem 572 mg/l de Sulfato, 205 mg/l de cálcio, 134 mg/l de bicarbonato, 42 mg/l de magnésio, 6.6 mg/l de sódio e outros mineirais em quantidades insignificantes. E nem precisa levar roupa de banho ou toalha, eles têm tudo para alugar ($1.90 a roupa de banho, $1,90 a toalha, $1 para utilizar o armário, o valor para ter acesso a piscina é $7,30 por adulto).
Eu achei que o frio iria me matar, onde já se viu, entrar numa piscina quando as temperaturas estão abaixo de -10C? Mas foi super tranquilo, até porque o local tem muita estrutura, do vestiário já sai dentro da piscina. A água da piscina é bem quente (entre +37C e 40C) e é muito gostoso o contraste de temperaturas.
O engraçado é você estar de biquini na piscina e do lado de fora o salva vidas com casaco e botas de inverno.
É claro que também conhecemos o centro da cidade, é muito linda! Parece um cenário de filme, bem aos pés das montanhas.
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Banff – Calgary – Edmonton
No dia seguinte (04/01/2016) voltamos para estrada, dessa vez em direção a Calgary (localizada a 125km de Banff), muita gente pensa que Calgary é a capital de Alberta, mas não é não! Calgary é a maior cidade da província, com pouco mais de 1 milhão de habitantes, é um super polo econômico (centrado na produção de energia).
Nossa passagem por lá foi muito rápida, só deu tempo de subirmos na Calgary Tower (101 – 9th Avenue SW Calgary Alberta T2P 1J9), toda grande cidade tem uma torre importante, certo? Calgary não seria diferente, né?! Com 1228m acima do nível do mar e 191m de altura, um deck panorâmico de 360°, toda feita de aço e ferro a Calgary Tower é o cartão postal de Calgary mais visitado por turistas. Ah, claro que no alto também tem um restaurante giratório, Sky 360 Restaurant. O preço para subir na torre é bem salgado, $18 o ingresso adulto, mas se for almoçar -ou quem sabe jantar- no restaurante, não precisa pagar para subir.
A novidade da torre é o glass floor, instalado em 2005.
Também demos uma voltinha na Stephen Av., que é fechada para carros e o paraíso das compras, cheia de lojas, 9 shoppings centres, lar dos melhores bares e restaurantes de Calgary e local para se ver muitos artistas de rua. Nos horários de pico, chegam a ter de 5mil a 10mil pedestres passeando por lá.
Depois do almoço no Moxie’s, seguimos em direção a Edmonton (300km ao norte de Calgary), como é bom voltar para casa!
2 Comments on “Nossa Roadtrip pelo Canadá (parte 5)”
Perfeito! Tudo perfeito!
Maravilhoso passeio,q privilegio hein ?bjs